Este Blog foi criado por quatro amigos que tem um mesmo talento em comum: escrever. Cada qual com seu estilo, personalidade e idéias. Foram criados diversos textos, então decidimos publicá-los com a simples intenção de divulgá-los para que outras pessoas também possam desfrutar e se identificar.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Esperado e Inesperado.

Talvez o problema esteja em mim, talvez eu seja o problema em si. Gostar das pessoas nunca foi algo fácil, logo de inicio já me decepciono com atitudes inesperadas ou de atitudes esperadas que não vêem. Mas aí é que está: A culpa é minha por esperar algo que não vem ou da pessoa por não fazer o que eu gostaria? Acredito que cabe a mim me culpar, ninguém é obrigado a ficar adivinhando o eu quero ver, sentir e ouvir. Porém, tem o meu lado, as atitudes que espero geralmente são simples, não passam de algo como um telefonema qualquer, quebrando o silêncio, mesmo que só pra dizer “Bom dia, estou com saudades”. Até um telegrama, quem sabe, me surpreendendo, pode apostar que até mesmo um recadinho bobo no guardanapo me deixaria radiante. O contato não precisa ser sempre real, o tempo e a distância não permitem, eu sei, mas se houver um contato intenso virtual já me dou por satisfeito. Será que estou pedindo de mais? Será que quero de mais? Será que sofro de mais enquanto poderia estar lá fora tirando fotos?
Desejo tanto que tudo seja perfeito, que quando nada sai como eu gostaria: sofro. Mais isso é inevitável.
Inevitável também é se decepcionar com o inesperado, buscar algo com toda força e vontade e o que encontrar for completamente diferente desanima. Voz e jeito deveriam ser iguais pra todo mundo, evitaria caos.
A questão é exatamente essa: O que é pior? Esperar e não receber ou receber o que não se esperou?
Particularmente, sofri mais por esperar e não receber. Amar uma pessoa e não ser correspondido é uma das piores dores que existe. Os gestos que você tanto gostaria que viessem, que jamais vieram e jamais virão, deixam qualquer um com maus pensamentos, completamente deslocado, agoniado, chegando até a pensar algo como “o que está errado comigo? “. Enfim, o erro deve estar em mim mesmo.
Geralmente eu não amo e quando amo não sou amado. Isso parece tema de novela mexicana, e o que mais me dói é saber que eu sou “a Maria”.



Por:. Thiago bailão.

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quarta-feira, 20 de junho de 2007

Gritos



Na infância esquecida
travessuras, alegrias, dores de barriga,
um constante jogo de corrida.
À brincar de boneca e carrinho
chupar bala, levar tapa na cara
e plantar tomatinho.
Um “Q” de inocência
notas A, boas condutas, tímidez,
e a eterna dependência
Os pais a Gritar... para educar,
servir de exemplo, mostrar os caminhos
mas tudo isso com abraços, beijos e doces pra dar...


...Ahh...


Na pré adolescência perdida
espinhas na cara, livros na mão
num mundo próprio, já convivendo com a embriaguez
na sua inocente escuridão.
Fantasiando a realidade segue
menino feio, menino rejeitado
com um pouco de inteligência e vontade própria
e, digamos assim, já “mau-educado”.
Com seus próprios desejos
vontade de beijos, vai aos poucos amadurecendo
num diferenciar-se de si mesmo e dos outros...
as vontades crescendo, mas sempre o medo emudecendo.
“Os pai´s” a Gritar, Gritar...
servir de exemplo do que não deve ser seguido
seguindo com abraços, beijos, doces de estranhos
e com a nítida sensação de ter-se perdido.


...Ahhh...


Em plena adolescência tardia
abrindo-se a vida e a hipocrisia
com um pingo de ironia, maldade e mentira.
provando o gosto do sexo
e tendo de conviver com a eterna agonia.
A vaidade chega junto ao reconhecimento
o patinho feio mostra a que veio
sem medo, sem ressentimentos
com a doçura de uma criança, a malícia de um adulto
e o coração cheio.
O tédio dos dias que se arrasta
vem junto ao gozo da juventude que a contrapõe
juventude que vai se esvaindo
responsabilidades que vão aumentando
nessa vida que se impõe.
O pai continua a Gritar, Gritar, Gritar..
seu abraço não tem mais força, o beijo não tem mais gosto e o doce se azedou
enchendo o copo da ardente aguá que desce dos olhos alheios
assim ele se entregou...
mas a voz rouca e falha continua a Gritar, Gritar, Gritar, Gritar... Ninar...


“Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega esse menino que tem medo de careta”


Ahhhh... Tempos que não voltam atrás.



Francisco Araújo Júnior

quinta-feira, 14 de junho de 2007

exemplo


Não sirvo de exemplo pra ninguém
Contudo ainda posso ser vista como exemplo do que ninguém deveria ser
Sigo somente meus próprios passos
Volto pra casa depois que o sol nasce
Meu habitat é a noite suja e escura
Fala palavras impróprias pra menores
Vivo a hipocrisia das pessoas comuns
Faço sexo com estrelas estranhas
Sou amiga dos grupos mais excêntricos
Viciada no meu prazer egoísta
Suja de pecados que vocês nunca ousarão pensar
Durmo na lama dos porcos, coberta por diamantes
Censurada pela luz dos dias
Corrupta por roubar corações inocentes
Vestida sempre com meu velho jeans apertado
Aparência de anjo para os que não me reconhecem
Vivendo os dias como se fosse o último
Coração de pedra bombeado pela água fria dos esgotos
Impulsiva e incontrolável Leonina de guerra
Adotiva das ruas por opção
Sou somente mais uma garota sozinha e covarde trancada no meu quarto chorando por não saber lutar
Patricia Viana e Sá

sábado, 2 de junho de 2007

Gangorra e Capuccino.

Do mesmo jeito que se admira a inocência de uma criança,
Eu admiro a inocência do teu olhar.
Do mesmo jeito que se admira os traços de um desenho,
Eu admiro os traços da tua mão macia.
Do mesmo jeito que se admira a pureza de uma nascente,
Eu admiro a pureza do teu ser.

A cada minuto que passa os rubis a seu favor multiplicam-se,
Enquanto os de outro, já ofuscado, diminuem.
Se depositadas sob a balança, a diferença será feito uma gangorra:
Pelo qual o seu lado pesará mais.

Sei que é cedo de mais para nos atribuir rótulos pessoais,
Mas já tenho em mente nossos futuros apelidos carinhosos,
Particulares e que não serão divididos com mais ninguém.

De ontem em diante,
O seu capuccino bem quente será preparado com muita paixão
E toda a canela nele depositada será como um toque de carinho.
Depois, o beijo quente, instigante, junto ao aroma de prazer.
E no teu ouvido apenas digo:
- Prove-me também...meu amor.

Na mesa, um razoável bilhete perfumado espera por você, que diz:
“Do mesmo jeito que se admira a inocência de uma ......
....Prove –me também meu amor”


Por Thiago Bailão.