Este Blog foi criado por quatro amigos que tem um mesmo talento em comum: escrever. Cada qual com seu estilo, personalidade e idéias. Foram criados diversos textos, então decidimos publicá-los com a simples intenção de divulgá-los para que outras pessoas também possam desfrutar e se identificar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A Fada Discernimento.

Um conto nonsense para pensar e enlouquecer



Caminhando na grande fazenda do Sr.Henrico, naquele calor insuportável e irritada com aquele par de botas apertados, estava uma garota que montava em cavalos: Leitícia, branca como o leite e possuidora do cabelo mais comprido que o de Rapunzel, devidamente preso em um grande coque, negro como uma tulipa negra e tão brilhante como uma estrela.

Eis que hoje, com dor de cabeça e cansada de sua vida tediosa (pois montar em cavalos era a única coisa que ela fazia), decidiu explorar um pouco a fazenda do amigo do seu pai para se distrair. Mas a sensação que ela tinha era a de ter escolhido um péssimo dia.

Distraída, encostou-se a um lindo pé de mexericas e não se conteve em pensamento quando percebeu sua existência:"Hum, que delícia! Quero comer essas mexericas. Será que posso? O calor está terrível hoje mas elas estão com uma cara muito boa! Ai, que vontade de comer todas de uma vez, tenho certeza de que me refrescariam um pouco. Bom, acho que vou comer....ou é melhor não mexericar no que não é meu?”

Então, derrepente, um fio azul resplandecente começou a sair de sua cabeça, o que a deixou assustada! O fio crescia e aumentava de tamanho cada vez mais. Foi então que surgiu a sua frente uma outra pessoa, idêntica a ela mesma, como se fosse o reflexo no espelho, porém com nada menos que 30 centímetros de altura e usando um chapéu engraçado em forma de cone, o que a deixou ainda mais assustada.

- Olá Leitícia, sou a sua fada discernimento. Disse a fadinha sorrindo e limpando seu chapéu com as mãos.

- Oh meu Deus, devo estar louca, ela não pode existir! Disse Leitícia para si mesma - O sol quente está me enlouquecendo e minha mente projetou alucinações! Péssimo dia para sair de casa sem meu cavalo, acho que preciso de uma noite de sono de umas doze horas pelo menos. Urgente!

-Nada disso! - Disse a fadinha – Você está com vontade de comer essas mexericas e é o que vai fazer, mas não deve sem antes pedir permissão para o Sr. Henrico, e caso ele permita coma poucas para não passar mal!

"Ainda devo estar louca!" pensou Leitícia. "Preciso sumir com essa projeção o quanto antes" e começou a apertar sua cabeça com as mãos.

- AFF! Eu não sou uma projeção, sou sua fada discernimento! Projeção, era só o que me faltava!

-Como você sabe o que pensei? – Disse a garota cada vez mais assustada.

-Eu já lhe disse, é fácil resolver essa “charada” – Disse a fada fazendo um gesto com os dedos indicando as aspas - Se sou sua fada discernimento eu moro no seu pensamento, logo sei o que pensa. Certo?

- Se você é mesmo minha fada discernimento, me prove! Ainda não consigo acreditar no que estou vendo! “Que loucura”- pensou.

- Não tem nada de loucura.Vou te provar que existo, até conheço um jeito simples de resolver isto.

- Qual?

A fadinha respirou fundo e disse: - Vamos lá...Pense em algo que queira, mas não demore, não temos o dia todo. Qualquer coisa, mas não pense nas mexericas agora.

- Tudo bem, mas o que? – E colocou a mão sobre a cabeça. – É que quero tantas coisas!

- Eu disse uma!

- Ta!... Hum... Há! Acho que já sei. E começou a pensar na mesada daquela semana e no sapato chique e confortável que ela tinha visto naquele mesmo dia, lindos e mais arejados que aquela terrível bota. Mas ao pensar isso lembrou da festa surpresa de uma amiga muito importante, a Negrita, e ficou com uma grande duvida e tal duvida parecia não ter solução. Leitícia pensou “Se eu comprar os sapatos novos, não poderei ajudar com a festa e eu já me comprometi com o pessoal em ajudar. Mas o que fazer? Comprar os sapatos ou ajudar na festa? Se eu comprar os sapatos fico sem grana pra ajudar a festa e se eu ajudar a festa fico sem grana pra comprar os sapatos!”Leitícia ficou muito tempo, mas muito tempo mesmo pensando em alguma solução, mas ela não conseguia encontrar. Ela tinha certeza que sabia a resposta certa, porém não conseguia pensar nela.

- Tenho um grande problema fácil de resolver, porém não consigo achar a solução. Acho que vou fazer o que me der na telha, já que me falta alguma coisa...

- Eu já sei o que é. – Disse a fada se abanando com o chapéu.

- O que?

- Eu, eu mesma. Ou seja, falta o seu discernimento. Sou eu quem lhe digo o que fazer, mas como eu não lhe disse nada, você não soube como proceder.

- Não entendi.

- Quando você pensou em comprar os sapatos ou ajudar na festa da sua amiga Negrita, você apenas usou de sua consciência, que lhe sugeriu o que você deveria fazer, tipo “compre os sapatos e não ajude festa ou ajude a festa e não compre os sapatos” entendeu? Você recebeu duas sugestões sobre o que fazer, mas não executou nenhuma delas porque nem sequer sabe qual é a certa. Ai você pensou “O que fazer?” Ou seja: tchan tchan tchan tchan, faltou o discernimento! Se eu estivesse ai dentro lhe diria o procedimento correto! Leitícia, aprenda que a consciência não é nada sem mim, sem discernimento não há como fazer o certo. Pobre daquele que possui consciência mas não possui discernimento! – E moveu os olhos com ar de superioridade.

“?”

-Vou dizer a solução do seu problema. – E levantou vôo até ficar bem próxima dos olhos de Leitícia - Você tem que ajudar na festa da Negrita e fim! Você se comprometeu e ela merece. A festa da sua amiga é mais importante que um par de sapatos que você pode comprar no mês que vem ou até mesmo pedir para seu pai, tenho certeza de que ele não irá negar isso se você realmente precisar. A menos que ele não possa agora...

- Sim, é isso, eu sabia que era fácil de resolver mas não conseguia “proceder”. Vou ajudar na festa – disse pra si mesma - isso é o certo! – E virou-se para a fadinha - Mas como quero sapatos novos, fiquei na duvida. Não conseguiria resolver sem a sua ajuda!

- Lógico. Isso é obvio! Sem mim você não conseguiria resolver isso e como conseqüência faria qualquer coisa. Você poderia comprar os sapatos ou ajudar a festa, mas sem saber o que é certo! Muitas pessoas são assim, sabia? Quando falta a fada discernimento, já que as vezes a gente tira férias ou viaja sem voltar, a pessoa age por impulso e nem sempre faz o que é certo! Agora acredita que eu existo?

- Acho que sim, mas estou muito confusa com essa conversa pra ser sincera. È muita informação na minha cabeça.

- Sinceramente? Acho que a fada inteligência está dormindo, fada preguiçosa! Já são onze da manhã! Como uma fada consegue dormir com o calor que está na sua cabeça hoje? Já era pra ter acordado! Mas verifico isso depois. Agora relaxa e pensa comigo: se você me vê e conversa comigo, então eu devo mesmo existir. É que hoje a sua cabeça estava queimando horrores, então tive que sair um pouco, tava insuportável ficar aí.

- Mas porque eu nunca te vi antes?- Você já me viu várias, várias vezes querida... e toda vez me pergunta isso. Mas é natural, é que toda vez que eu volto pra sua cabeça a fada memória apaga esse momento e você não lembra de nada. Não me olha com essa cara! Não sou obrigada a ficar a vida inteira dentro da sua cabeça, tenho outras coisas a fazer.

- Está bem. Se vou esquecer nossa conversa mesmo, o que me resta é acreditar agora... nem sei mais o que dizer.

- Então fique calada.

-Tudo bem. – Fez-se um silêncio momentâneo enquanto Leitícia pensava, até que lhe surgiu uma idéia!

– Caracas! Tenho uma idéia, eu queria....

- Sim leitícia! - disse a fada – Pode sim... pode escrever um conto sobre nossa conversa de hoje e pode postar onde você quiser. Eu já li aquele blog dos seus amigos, acho digno! O único problema é que quando você ler e já tiver perdido a memória, ficará louca!

- Talvez! Mas vou registrar tudo no papel e quando você já estiver aqui dentro, vou lá e peço pro Thiago Bailão deixar eu postar no blog. Vou narrar em terceira pessoa pra ficar mais interessante. Adoro textos em terceira pessoa, só tenho que acreditar em mim mesma depois.

- Faça como quiser, somente dessa vez não vou opinar!

- Tudo bem, mas antes de escrever posso comer as mexericas?- Eu já disse! Não me ouviu é? Tem gente que finge que não ouve sua fada, né?! Vá pedir para o Sr.Henrico e se ele deixar coma poucas. Mas não demore, para não agir errado... Enquanto isso eu tomo um ar. “Este calor infernal”

Por Leitícia Milkita.

Ps:. Depois disso, falei com o Sr. Henrico e aqui estou, escrevendo com minha mão direita e com a esquerda segurando uma mexerica já descascada! A Fadinha acabou pegando no sono, mas acho que já já ela retorna pra minha cabeça. E quanto a veracidade dos fatos, acreditem, aconteceu de verdade! Juro! Quem ler isso (e eu mesmo depois) tem o dever de acreditar. Sei que parece loucura, mas é tudo verdade! Eu não vou lembrar disso depois, mas aqui está a prova. E seja o que Deus quiser. E agora só me basta esperar.Beijão pra você Leitícia, de mim mesma. =P(050986leite)

Aos leitores:

Gente! Quando li o que escrevi pra mim mesma achei de fato que estava louca! É absurdo o conto que escrevi e mais absurdo é não lembrar do acontecido! Mas não há como negar que não foi eu quem escrevi, a letra é minha! E eu mesma me escrevi um recado pedindo para acreditar! Meu Deus! E o mais engraçado é a maneira como eu me descrevi no texto: “Leitícia, branca como o leite e possuidora do cabelo mais comprido que o de Rapunzel, devidamente preso em um grande coque, negro como uma tulipa negra e tão brilhante como uma estrela” pouco convencida eu né? Uhauhauhauh. Sinceramente, eu só me lembro de ter ido na fazenda do Sr. Henrico e de cogitar comer algumas mexericas, mas instantaneamente minha vontade passou, como se eu tivesse de fato, comido algumas delas. E quando olhei para chão vi o manuscrito, achei muito estranho porque não tinha nada ali quando cheguei, ao menos que eu me lembre. Custou-me acreditar no que eu tinha em mãos, mas assim que li “Beijão pra você Leitícia, de mim mesma. =P (050986leite)” eu quase cai no chão! Era minha senha de e-mails! E só eu sabia! =O. Ou seja, era eu mesmo e tinha que ser verdade. Enfim, quanto ao acontecido, é difícil filosofar sobre “discernimento”. Eu nem sabia que dentro de mim (nós) existiam fadas! E muito menos que elas eram semelhantes a mim fisicamente. Ainda estou “chocada” com a situação, mas já que “prometi” postar, aqui estou. Espero que gostem dessa loucura, dessa história nonsense.Beijos (e já mudei minha senha viu, não se animem huauhauha).

por Thiago Bailão.( Dedicado a Débora Machado por quem tive a inspiração para o texto.)

4 Comments:

Blogger Seleção de Textos said...

Espero que tenham gostado desse meu faz de conta! Misturei ficção com realidade.

=] Sem mais.

=* Thiago Bailão

15:09

 
Anonymous Anônimo said...

Fantástico!
Eu adorei mesmo.
A fantasia lhe deu asas pra buscar uma estória. E ainda por cima, o ponto principal dela é a sua moral, isto é, pode-se tirar dela a verdadeira função do discernimento e essa é a magia contida no conto.
A nossa consciência possui a chave de todas as ações e é exatamente isso que a fada procurou abordar.
A menina Leitícia se torna especial ao longo de sua "trajetória" por sua inocência. Tal inocência representa a pureza em si, portanto ela é pura. Mas o que realmente encanta é o fato dela entender que para certas situações não basta apenas seguir em frente; precisa-se olhar ao redor e pesar o valor de cada pequena atitude.
Enfim, eu sei que nesse conto existe uma alma traduzida, só não consegui "discernir" se é a sua, a de Leitícia, ou a minha. =)
Beijos e muito obrigada pela dedicatória!
Te amo!

15:00

 
Blogger Francisco Araújo Junior said...

Thi... vou ser sincero:

Olha, gostei da memsagem que o txto passou, mas n�o da forma como isso ocorreu, principalmente do final. Tipo, a sacada dos nomes que s�o baseados em caracter�sticas das personagens foi bem legal, a historinha em si. Mas a mistura com a "realidade" quebrou o encanto da fic�o! Se fosse s� a historinha entre a LEit�cia e a fada discenimento, seria mais legal! Passaria a mesma mesnsagem, ficaria mais coerente na minha opini�o! Outra coisa. O excesso de erros. POr ser um texto grande, merece mais cuidado, ok. Deveria ter revisado ele antes, de modo mais detalhado e ter procurado algu�m pra corrigir (que foi o que n�s dois fizemos juntos) mas antes de postar! Aumentaria muito a creibilidade. Ahh, outra coisa... as g�rias, acho que elas quebram o clima de "contos de fada", mesmo que dentro de determinados contextos espec�ficos (como na parte "real" do texto").

Voc� mudou, arriscou... e gostei disso! MEsmo que na minha opini�o n�o tenha dado muito certo.

Enfim, � isso!

;)

20:32

 
Anonymous Anônimo said...

Meu, que viajem!!!

No começo eu achei q ia ser algo meio bobo por ser tipoo um conto de fadas (dugh) mas depois foi ficando cada vez mais interessante!

Parabéns pra vcs! Vou ler os outros certamente!!!

Abraços.

14:15

 

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