Este Blog foi criado por quatro amigos que tem um mesmo talento em comum: escrever. Cada qual com seu estilo, personalidade e idéias. Foram criados diversos textos, então decidimos publicá-los com a simples intenção de divulgá-los para que outras pessoas também possam desfrutar e se identificar.

sábado, 24 de março de 2007

Roda Gigante

É nessa roda gigante que vamos,
Há vários lugares para se ocupar,
Mas se você estiver no topo,
Não tem como eu também ficar.
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Cada um tem sua vez lá em cima,
Tem que saber aproveitar,
A subida é lenta e fria
E não há nada melhor que chegar lá.
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Quando você fica em cima,
Eu fico em baixo.
Quando você por mim tem uma sina,
Eu logo me rebaixo.
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E vamos revezando
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Somos pólos iguais nessa roda,
Não temos possível proximidade.
Queria sentar-me do teu lado,
Mas a roda repele nossa intimidade.
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Essa roda é tão gigante,
Que no topo você se sente poderoso.
Lá de baixo eu te olho admirando
E você me retribui com cara de nojo.
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Saiba que inevitável é a descida,
Que parece demorar menos,
Você sentirá um frio na espinha
E se aproximará dos inúteis
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O tempo passa...
Então percebo que subi lentamente,
Que minha vez ao topo chegou,
De maneira conseqüente.
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Você finalmente me olha agora,
Estou reluzindo!
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Mentalmente você implora minha presença,
E me deseja ao seu lado
Para lhe confortar desse calor infernal,
Algo como um beijo molhado.
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Eu então lhe presenteio com um cuspi macio,
Que lhe cobre parte da face,
Refrescando sua infame superioridade
E me inflando de felicidade.
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Sorrio cinicamente,
O sarcasmo pulsa em minha veia.
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..Mas a roda não para
Me dói a cabeça....
.
Por Thiago Bailão.

domingo, 18 de março de 2007

À espera


Me deixe quieto, me deixe ao canto, me deixe a espera não sei do que. Me deixe cansar de esperar a ponto de ver que nada mais vale a pena por você. Meus pensamentos ainda vão ao seu encontro, mas confesso que meus desejos vão muito mais além de você. Ainda tenho sonhos bobos e esperanças insólitas; saudades do passado e mais exigências quanto ao futuro; mais coragem pra arriscar e mais medo de errar, mais experiências a somar e mais lágrimas a derramar; mais amor pra dar e mais braços pra abraçar; mais disposição pra ajudar e mais cara pra quebrar.

Eu finjo ter paciência e continuo a espera sei lá do que: talvez à espera de você, talvez a espera de prazer, talvez a espera da ausência de você. Não sei ao certo, não sei se é certo ou errado, se errado estou. Sei que ainda tenho erros a suprir e vergonhas a cobrir; que ainda tenho sonhos a sonhar e decepções a passar; que ainda tenho tempo pra esperar e paciência pra se esgotar; que ainda tenho vida pra viver e tempo pra perder.

Não me deixe quieto, não me deixe ao canto. Não me deixe iludir na minha eterna espera já sei do que. Sei também que será em vão, mas sei também que um dia terei pleno controle da situação. Ou melhor, não... não me deixe na espera, acabe com tudo de vez enfim ou volte pra mim. Tenho amor pra dar e colo pra te consolar; tenho saudades a matar e beijos molhados a dar; tenho promessas a pagar e desculpas pra perdoar; tenho vontades de retornar e versos a te falar; tenho calma pra te alcançar, mas... sinto muito, não tenho mais paciência pra te esperar.

Francisco Araújo Júnior

sábado, 10 de março de 2007




Brincando como uma criança
Sempre quer ser a vítima
Nunca quer ser a perdedora,
nem ao menos quer que digam que errou
Cansou de brincar sozinha
Mas também não quer brincar com os mais novos
nem ao menos ser governada pelos mais velhos
Manipulada pela sua imaginação
Sonha em ser princesa
E viver o “felizes para sempre...” no final da história
Iludida pelo mundo da brincadeira
Sabe que quando se cansar é só ir pra casa
Porque amanhã começa tudo outra vez
Sua única preocupação é ser uma boa menina,
e ganhar os presentes mais caros
veste-se como uma boneca
mas não passa de um adulto que ainda não cresceu
não sabe que no final da história encontrará a frustração
Um dia vai olhar o mundo com outros olhos
encarar a realidade nua e crua
mas ela é apenas uma criança
vai acordar um dia e ver que
tudo não passou de um sonho distante
e que a brincadeira acabou...
Por enquanto deixe-a brincar!
Corre menina! Corre!



Patricia Viana e Sá