Reciclagem (Texto do fim do ano passado)
Dos anos passados, esse que se encerra certamente foi um dos piores já vividos. Se pesados tudo de bom e de ruim que aconteceu, a balança tenderia sem esforços para o lado das coisas ruins, não que tenham sido em maior número, mas com certeza foram as mais “intensas”.
Acho que intensidade seria a palavra-chave pra definir esse ano, e talvez seja justamente por isso que ele não tenha sido um dos melhores.
Viver: hoje sei exatamente o significado mais intrínseco dessa simples palavra. Esse ano serviu exatamente pra “desvenda-la”, e temo que da pior maneira possível... ou não.
A “casa dos vinte” foi alcançada sem muito entusiasmo (sem nenhum, pra falar a verdade); as responsabilidades aumentaram de forma exponencial; o tempo se comprimiu de modo considerável; a independência foi conquistada antecipadamente, não por vontade, mas por falta de opção; a liberdade foi posta em prática mais do que nunca, resultando numa libertação muitas vezes forçada, influenciada, má influenciada e muito bem-vinda.
As inúmeras noites em claro, em flash, em dança, andanças, e as tardes seguintes de “dor” de cabeça que remédios não eram capazes de curar custaram caro, mais caro que o dinheiro pôde pagar.
Mais do que nunca minha imagem perante aos outros foi testada, e pelo visto não passou no teste.
A necessidade de voltar para casa foi aos poucos sendo retardada. Os laços familiares se afrouxaram, ao passo que em relação às amizades, foram se estreitando cada vez mais: velhos amigos se tornaram velhos e grandes amigos, novos amigos surgiram, e alguns que chamava de amigos... se foram.
Assim se foi o último ano, e tudo que nele se passou... Que venha o próximo.
Ano novo, vida nova. Será?
Que o inferno então recomece... e caso precisar, abrace o capeta!